30/01/2008

breve resumo da minha breve carreira como empregada numa loja de cópias, impressões e desenho

domínio das técnicas de:
- fotocopiar livros dos mais diversos tamanhos incluindo a desfazerem-se
- fotocopiar exames e conjuntos de folhas minuciosamente agrafados
- retirar papel encravado dos sítios mais inimagináveis da máquina
- apresentar aos clientes as várias opções de encadernação
- furar desenhos dobrados um a um
- plastificar sinais a dizer 'não-fumadores'
- indicar o multibanco mais próximo, onde ficam os números pares da alameda, onde fica a segurança social, os correios, a colorfoto, e a rua barão de sabrosa
- remover das pens e dos PC's o vírus DiscKnight
- dizer que não temos multibanco
- bater recordes no minesweeper
-
instalar conversores para pdf nos computadores dos clientes

pontos altos:
- atender o simpático senhor da emel que nos avisa para tirarmos o carro de cima do passeio 'quando pudermos', e fazer-lhe um desconto
- atender o sr. pedro paulo santos
- atender o sr. pedro teles
- imprimir o corão em cirílico, frente e verso
- imprimir fotos de uma rapariga que passou férias com o camané na sicília
- tirar 75 cópias de um documento de 200 páginas em 4 horas
- fotocopiar de um livro sobre técnicas de massagem corporal em russo, com imagens (muito) explícitas

pontos baixos
- imprimir duas capas de CD's dos 30 seconds from mars
- enganar-me e cobrar 36 fotocópias a cores em vez de 18
- passar um texto para word com muitos erros de construção de frases, corrigir alguns de boa vontade e ter que os 'descorrigir' por vontade da cliente inconsciente
- fotocopiar 'o livro que diz a verdade', de um tipo que diz ter sido raptado por aliens

incategorizável: tirar fotocópias de papéis do centro de saúde de um senhor, acidentalmente ler nos papéis que esse senhor é um ex-toxicodependente e tem sida, e a única coisa que posso fazer por ele é sorrir um bocadinho mais e dizer 'aqui tem o seu troco, tenho um resto de bom dia'.

28/01/2008

uma questão de dias

hoje vi pela primeira vez o autocarro começar a andar com as portas de trás ainda abertas. pensei que era mesmo impossível, uma vez em belém a porta de trás não fechava e o autocarro não andava.

desde o ano passado que não tenho vontade de ler nem ouvir música no autocarro, prefiro ver e ouvir tudo o que se passa à minha volta (e dormir de vez em quando também :$). e tudo o que me é familiar me deixa contente.

estas últimas semanas têm sabido mesmo bem. apanhar sol, estar com as pessoas, ir aos saldos, ver os dias a ficarem maiores, saber que vai haver um montão de concertos fixes, preparar as coisas devagarinho para ir embora...

25/01/2008

so 90's

hoje no autocarro, no final de uma cadeia gigante de pensamentos que nem me lembro onde começou, lembrei-me desta música e fiquei com vontade de a ouvir:

I was so lost in my pain, fear was melting my brain
I was counting the days to insanity
I was afraid to move myself
Afraid to hurt myself, more than I had until that day
Everything I believed in, everything I fought for
Was now underneath my feet and my heart beat
Was so gone, couldn't be felt by anyone
So alone it gave me the creeps
My drugs got me in bed went up to my head
And I really don't wanna depend
So I'll stick to
My friends and my friends and my car and my friends
My friends and my friends and my cards and my friends
Martini until the end
Play pool again

Never thought would be like this
No one told me it would be like this
I'm amazed I'm amazed with myself
And my brain and my pain
And my pain and my veins
Are delivering it to my health
My self-confidence was broken while my trust was taken
And it left me with an empty life and this knife
Rests on the middle of me bed, I think in all the things she said
Close my eyes and sleep
All these drugs in my head, it seems I'm already dead
And I really don't want to depend
So I'll stick to ...
My friends and my friends and my car and my friends
My friends and my friends and my cards and my friends
Martini until the end
Play pool again

Can't smoke anymore can't drink anynmore,
Still I do it, I do it again
Lost everything I had, Far from mum, far from dad
I thank God for my good, good friends
But where's this God that I mention? Where is He right now?
As I die as slowly as I can? All my plans, went down the hole
My life has no goal, and I wonder if this is worth it
But my friends took my hand
Helped me to lift myself again
And that's why I really love
My friends and my friends and my car and my friends
My friends and my friends and my cards and my friends
Martini until the end
Play pool again

23/01/2008

in the bus

gosto quando ouço este tipo de conversa:

- se calhar é melhor eu passar para esse lado, é que eu vou para o chile...
- ah sim é melhor, eu saio na espanha.

vou ter saudades de andar na carris também

22/01/2008

20/01/2008

é bom

ver pessoas na rua num fim de tarde (ainda) nocturno de um domingo em janeiro. vou ter saudades disso

17/01/2008

há praí um ano, mais semana menos semana, foi assim

right after the good old no eating, no sleeping days

quando na altura fomos finalmente imprimir o projecto no sítio onde agora estou a trabalhar, lembro-me claramente de ter adormecido sentada à secretária no fundo da loja, rodeada de papelada, stress, e indíces automáticos.

grupo, tenho uma dúvida: nós estávamos a tentar representar algum número nesta foto, com as nossas mãos? não me lembro nada disso, mas parece...

16/01/2008

weird fishes

PÁ! estava agora a tentar explicar à ângela como é que se criava uma grelha de imagens como esta aqui, no picasa, e quando dei por mim tinha feito isto:

comunicado

hoje, quando o sr. pedro paulo santos (é-vos familiar?) foi à loja buscar as cenas que lá tinha deixado, fiquei a saber que tenho conversas quase diárias com a mãe do senhor, a D. Regina, que mora por cima da loja.

também descobri que é entre as 18h e as 18h30 que os donos e donas de cães da minha rua levam os seus animais de estimação à rua para socializarem com outros donos e outras pessoas.

13/01/2008

2007

eu também fiz um top dos melhores álbuns de 2007!

passei o mês todo de dezembro a pensar no assunto! ok, todo não, mas ponderei bastante. e cheguei à conclusão de que cada vez que ponderava, alterava a minha lista. o objectivo inicial era participar na votação que decorreu na radar, e eleger os 5 melhores álbuns do ano, a melhor música nacional, internacional e o melhor concerto. tinha eu a minha lista definitiva já prontinha, vou ao blog para acrescentar, e zás!, a votação já tinha acabado. de qualquer maneira, aqui fica. com categorias personalizadas:

álbum que me arrasou completamente e sobre os qual não preciso de fazer qualquer comentário e que por isso é o meu número 1
(também vou pôr as capas dos álbuns como nos outros blogs para ficar mais bonito):álbuns que não hesitei de todo em classificar como top 5:
a 5ª posição tem diversas categorias ex-aqueo
(a música é para as ocasiões)


runners-up (ou tivesse eu começado a ouvir isto mais cedo - é tão bom!)


deliciosos (não tivesse eu gostado mais dos outros todos e eram estes)


fun fu
n fun

e depois há os outros álbuns que também adorei
The National - Boxer
Arcade Fire -Neon Bible
The Klaxons - Myths of Near Future
Patrick Wolf - The Magic Position
Artic Monkeys - Favourite Worst Nightmare
Sunset Rubdown - Random Spirit Lover
M.I.A. - Kala
!!! - Myth Takes

a melhor música do ano encontra-se algures entre o for reverend green e o fireworks dos animal collective, o melhor concerto que vi foi sem dúvida o dos animal collective em copenhaga (mas infelizmente sem superar nenhum dos meus concertos de 2006: the strokes e final fantasy em lisboa), e não acho que haja nenhuma canção nacional (para mim) elegível ao nível dos meus preferidos internacionais. mas afinal é para isso que servem os tops nacionais não é? para eleger o melhor do que por cá se faz, já que nunca iriam entrar nos tops internacionais... bem acho que gostei bastante do 'fim da luta' dos balla e da cover rocket man do david fonseca.

pronto, já disse. muito provavelmente, houve uma data de coisas que eu não ouvi e que se tivesse ouvido, teriam certamente contribuido para tornar esta selecção ainda mais complicada. venha 2008 !

11/01/2008

sobre o sol de portugal em geral e o de lisboa em particular

o sol de portugal e de lisboa é o melhor sol do mundo

10/01/2008

you buy a bag of peanuts in this town, you get a song written about you

o white blood cells é sem dúvida o meu álbum preferido dos the white stripes. incontáveis, as vezes que o ouvi, apesar de já não acontecer há algum tempo.

ora estava eu muito bem na cinemateca a ver um dos muitos clássicos que me faltavam ver na minha lista de filmes que quero ver, o citizen kane, e a tentar não adormecer (não que o filme seja aborrecido, longe disso, eu é que para variar tenho andado a dormir pouco), quando partes do diálogo me soam estranhamente familiares. consigo cantar algumas falas, mas não consigo associar ao nome da música e ao artista... estão a ver a sensação?

mas quando chegou a esta cena, fez-se luz!



é uma sensação estranha, a de estar a ver um filme de 1941 sobre o qual não se sabe nada, e de repente saber a letra de uma música do filme.

boomp3.com
e foi giro detectar depois as partes do filme em que o resto da letra surge, ou a que o resto da letra se refere.

para grandes filmes, grandes músicas

08/01/2008

...

cerveja preta e pipocas com doritos (ou fritos ou lá o que é): a combinação perfeita para uma noite de 15º C em pleno inverno.

06/01/2008

vou escrever um livro sobre companhias aéreas espanholas e sobre o aeroporto de madrid

capítulo mais recente:

qual é a probabilidade de a nossa mala ficar retida no aeroporto de madrid duas vezes numa semana: uma no vôo de ida, outra no vôo de volta?

elevada, ao que parece.

mesmo quando em madrid se volta a entrar, passado 10 minutos, no avião de onde se acabou de sair, para o segundo vôo. a mala nem precisava de ter saído.

único ponto positivo: em nenhuma das vezes tive que arcar com os quase 15-20 kg da mala desde o aeroporto até ao destino.

capítulo anterior: um dia no connie barajas

voar de barcelona até lisboa parece ser simples. avião às 8 da manhã, em lisboa às 9h30. nada mau.

mas pode não ser, se se der o caso de não ser possível aterrar em lisboa devido ao nevoeiro cerrado. aí, tem que se voltar para madrid, onde há a opção de ir no vôo das 19h30 (mas onde só cabe metade das pessoas), ou de voltar para barcelona e aí ir de novo para lisboa no vôo das 19h45 ou algo que o valha. dado o trauma acumulado de passar horas e horas no T4 de madrid, e a luta renhida pelos lugares no vôo de madrid, a escolha óbvia recaiu em voltar para barcelona. sempre era mais uma hora que passávamos ocupadas.

comida à borla no avião, ver o nascer e o pôr do sol no aeroporto de barcelona,voar 3 vezes no mesmo avião, perder um saco com duas colchonetes que não serviram para nada e ter o nosso nome chamado no aeroporto à pala disso, experimentar todos os perfumes na loja e decidir qual é que queremos para o natal, ouvir o justin no sonido vueling, ver 3 episódios do will & grace, ver passageiros em stress misturados com passageiros revoltados e com passageiros com sentido de humor (e com passageiros que falam espanhol com sotaque português - nósoutros) de volta dos pobres hospedeiros da vueling, reparar num passageiro parecido com o rui veloso e mantê-lo debaixo do olho por achar que se o seguirmos e fizermos o que ele faz, vai tudo correr bem e não vamos ter que ficar em barcelona mais uns dias, esquecermo-nos de ir buscar as malas em barcelona e ter que passar pela segurança e detector de metais duas vezes em meia hora, ler todas as revistas do avião e levar duas rolling stones e duas revistas de cinema espanholas pra casa, sair nas chegadas de barcelona pela terceira vez em 4 dias e esperar que nos aplaudam, comer sandes em todos os sítios diferentes possíveis do aeroporto de barcelona, ler muito devagarinho para o livro não acabar, ter o nosso nome chamado no aeroporto de barcelona outravez para nos comunicarem que vamos sentadas nos lugares XL, com mais espaço, sem pagar mais por isso.

assim se passa um dia.

tudo isto, com os atrasos de horas à mistura, resultou em chegar a lisboa, casinha, às 23h e tal, quando se acordou as 5 de manhã para apanhar um vôo na fresquinha. vueling, pois claro.
esqueci-me de acrescentar que ainda nos deram um vale de 20 euros de desconto na próxima compra vueling. é já a seguir, para o próximo capítulo.

05/01/2008

3 noites, 3 lisboas

num dos fins de semana de dezembro passado, sucedeu-me a seguinte peculiaridade:

durante o dia, nos 2 dias que o fim-de-semana dura, deambulei a pé por 3 zonas/sítios de lisboa já muito por mim deambuladas, nomeadamente o bairro, a baixa, e o colombo. christmas shopping fever.

mas à noite, nas 3 noites que o fim-de-semana dura, andei a pé por 3 zonas de lisboa por onde nunca tinha antes andado a pé: o braço de prata, a mouraria, e a zona algures entre as olaias e a graça. e fiquei mais ou menos fascinada por todas elas, pelos mais pequenos pormenores, fossem eles prédios bonitos, uma palmeira no meio de uma escadaria estreita tipicamente lisboeta, ou uma improvável pequena fonte numa improvável mini rotunda.

ahh, lisboa.

02/01/2008

hypothesis: celine dion is amazing

a nobreza do acto de deixar passar à frente

para muitos (principalmente aqueles que são passados à frente), deixar passar à frente é chato. para outros, é indiferente. mas para alguns, a generosidade de quem dá a sua senha pode salvar um fim de tarde.

afinal de contas, quando alguém decide que não quer/não pode esperar mais, qual será a atitude mais correcta a tomar? deitar a senha fora não vai servir de nada, a única coisa que vai acontecer é alguém ser atendido um minuto mais cedo (porque isto de renovar o BI não demora assim tanto tempo... o problema é mesmo a quantidade de BIs que se renovam nesta altura do ano).
dar a senha à pessoa seguinte, e por aí fora, seria talvez justo, tão justo como deitar a senha fora, já que o resultado seria exactamente o mesmo, ou seja, ninguém ia ficar mais feliz por ser atendido um minuto mais cedo.
mas e que tal dar a senha a uma pessoa que, sei lá, faltem 100 números para ser atendida? essa pessoa vai ficar extremamente feliz, e vai dar a sua senha antiga a alguém a quem, por exemplo, tenha um número 30 unidades mais elevado do que a sua nova senha. por sua vez, poderá oferecer a sua senha a alguém com 50 números de diferença. e por aí fora, uma cadeia de 4 ou 5 pessoas mais felizes, sem fazer diferença a ninguém.

é preciso é ter sorte e ser 'o escolhido'.

o que vale é que o cheiro dos toalhetes de limão consegue sobrepor-se ao cheiro de uma grande quantidade de pessoas num fim de tarde na loja do cidadão.