23/01/2013

Coisas que são mais interessantes do que escrever a tese de doutoramento


  • Limpar o teclado do computador com a ponta de uma lapiseira
  • Ver no site do departamento quem é que está cá, quem está de férias, em conferências ou a trabalhar em casa
  • Pesquisar ofertas de emprego na Nature
  • Pôr creme nas mãos
  • Esvaziar e encher a máquina de lavar loiça do departamento
  • Comer bolachas
  • Ajustar a altura da cadeira e da secretária
  • Ver a previsão metereológica todas as horas
  • Limpar os óculos com o spray e o paninho
  • Regar os cactos e a aloe vera
  • Olhar para a janela do edifício em frente para ver se o Friday Bar já está aberto
  • Ver se a encomenda da Amazon já chegou
  • Pontas espigadas
  • Ver o calendário online da sala de reuniões para saber quem é que já tem data de defesa marcada
  • Fazer chá e ficar à espera que a água ferva
  • Actualizar os contactos do Gmail
  • Marcar aulas no ginásio para os próximos 30 dias
  • Ver se o concerto dos Crystal Castles já está a esgotar ou não
(permanentemente em actualização)

30/10/2012

Concertos e isso

Como vocês provavelmente sabem, eu sempre fui pessoa de ir a muitos concertos. Nada de muito underground nem é todas as semanas, certo, mas é facto que uma parte considerável das minhas economias vai parar ao Billetlugen e semelhantes.

Ora, não sei se é de ter ido a tantos concertos nos últimos anos (114 desde 1999, diz o meu last.fm. Ok, não é assim tanto, mas adiante), mas parece que não é a mesma coisa. São raras as vezes em que há aquele nervoso miudinho antes, a convicção com que bato as palmas para o encore é quase nula (eles voltam de qualquer maneira, qual é a urgência?), chegar mais cedo para ficar lá à frente? Não tenho 15 anos! Os Blur tocam num festival a 4 horas de distância e eu nunca os vi os 4 todos juntos (só sem o Graham, e não é a mesma coisa)? Nem pensar em tirar uma tarde e uma manhã num dia da semana, tenho um doutoramento para acabar! (Para compensar vi o Graham a solo um mês depois e foi absolutamente maravilhoso - não sou uma fã assim tão desnaturada... e parece que eles vão fazer uma digressão no ano que vem por isso nem tudo está perdido \o/)

Fui de muletas ao Super Bock Super Rock? Tens a certeza??

Ok, pronto, não quero admitir, mas se calhar é da idade. Mas não deve ser só isso. Vi os Broken Social Scene há dois anos e não me lembro de nada; acho que bocejei durante a maior parte do último do Devendra. Ok, vá, Sufjan Stevens foi qualquer coisa... já os Black Keys, adorei as músicas, como adoro o álbum, mas faltou qualquer coisa.

Neste último a sala era assim uma cena ao estilo Pavilhão Atlântico, e fiquei mega-longe e não vi absolutamente nada. Acho que estou mal habituada - aqui as melhores salas são pequenas, e normalmente é super fácil ficar na primeiras filas, e conseguir ver o que é que os músicos têm calçado, e quem é que está a suar mais, e apanhar com uns perdigotos. Isto porque os   dinamarqueses não curtem estar assim muito perto uns dos outros e é relativamente fácil esgueirarmo-nos por entre a multidão até a uma distância razoável do palco. O problema é que razoável para mim agora inclui conseguir ver quantas setlists estão coladas no chão, e quando isso não acontece, volta e meia dou por mim a pensar "bom se calhar podia ver isto depois no youtube". Ainda por cima não é fácil, o pessoal aqui é só torres, para além disso gostam de usar chapéus da moda... e estar duas horas de saltos altos não é propriamente uma opção (já tentei).

Outras vezes é o público de cá.  Parece que querem fazer jus ao estereótipos e são frios. Que falta de entusiasmo! Naqueles momentos em que a banda tenta meter conversa e tal,  toma, silêncio embaraçoso. Uma ou outra gargalhada. A ocasional música pedida. Parece que o artista é que tem que se render à audiência e não o contrário. E mesmo naqueles concertos em que a banda não é de grandes conversas, sei lá, parece que não há aquela química, não há aquela faísca no ar. Eu cá acho que os músicos sentem isso - para audiências desinteressadas, dá menos vontade de dar tudo por tudo no palco, não é?

À custa disto, eu, que ando sempre em cima destas coisas, deixei esgotar, com plena consciência, Gossip (pela segunda vez), Beach House (já os vi 2 vezes), Animal Collective (idem), Bon Iver (uma vez e foi meh).

Felizmente, nem todos os concertos vivem disto.

Ontem à noite fui ver os Grizzly Bear, e todas estas nuvens se dissiparam. Sim, passei 90% do concerto em bicos de pés e de pescoço esticado, só para conseguir vislumbrar a cabeça do Ed (que os outros não primam pela estatura) e vá, do Dan, de vez em quando. Sim, houve carradas de silêncios incómodos, quando a banda tentava fazer uma ou outra piada e nem ai nem ui; mas eles deram a volta à situação e disseram que com eles nos backstage também era assim, passavam o tempo todo em silêncio a trocar olhares profundos. Houve pessoas a bater palmas antes de as músicas terem acabado (naquelas pausas brutais) mas não me chateou muito, e o pessoal ameaçou começar a acompanhar a Knife com palminhas ritmadas (heresia!), mas felizmente a voz do Ed entrou a tempo.

E depois houve um concerto fantástico - a acústica da Falconer Salen no seu melhor, umas lamparinas meio hallowenescas como decoração e jogos de luz, e todas as músicas das quais eu me tinha esquecido do quanto gostava, mais as do último álbum, que eu não sabia que conhecia, mas com muito mais força, baterias, ritmos, vozes e tudo aquilo a que tínhamos direito.

E pronto, a minha motivação para ir ver concertos está totalmente recuperada. Venham daí os Django Django, The xx, Andrew Bird e quiçá, mesmo Dirty Projectors, Grimes, Crystal Castles e Two Door Cinema Club.

10/10/2012

rotinas

Depois de sete meses a fazer todos os dias de bicicleta os 11.5 km que me separam da universidade (1 mês a mais do que o ano passado, yeah!), decidi parar no início de Outubro. Nem é por estar mais frio - quando recomecei em Março deste ano estava bastante mais do que agora - mas sim porque tenho uma semana para acabar de ler o livro que estou a ler agora para o nosso clube de leitura. É que nesta altura do campeonato só tenho tempo para ler nos transportes públicos, e isto quando não encontro uma cara conhecida (60% das vezes, 20% das quais talvez dê para fingir que não vi). E aqueles 15 minutos de cada viagem, mais o tempo de espera consoante a sorte (ou azar), parecendo que não, ainda dão para avançar umas quantas páginas.


Ainda assim, tenho um bocadinho de saudades daquelas manhãs solarengas em quase que dava para pensar que estava só a pedalar no campo.


E daqueles fins de tarde com uma fabulosa luz de fim de Verão.

01/07/2012

doce como canela

Um inverno brando, uma primavera prematura, e a promessa de um verão que nunca chegou. Pelo menos os dias ainda estão longos, e aquela luz continua a fazer das suas... mas agora é sempre a diminuir, e a antecipação que costuma alimentar-nos nos dias normalmente frios de Marco e Abril defraudou-nos um bocadinho este ano. Que raio de anti-clímax! A minha memória meteorológica diz-me que o ano passado houve duas semanas fantásticas em Junho, que o primeiro churrasco foi em Abril, e que os anos do Sílvio e da Inês em Julho foram no dia mais quente do ano. E que em Setembro tivémos um Indian summer. E que apanhámos sol e calor em Roskilde!


Este ano, o primeiro churrasco foi anteontem, e o no de hoje, copos de papel voavam por todo o parque e tínhamos que segurar os pratos com garrafas vazias para o vento não os levar. Posso estar muito enganada, mas acho que Julho e Agosto vão ser iguais, com dias mais curtos. Por outro lado, faltam 4 meses para entregar a tese, mas a luz no fundo do túnel está muito, muito longe... melhor para trabalhar!
o que sobrou de uns biscoitos de morango


Faz agora um ano que nos mudámos para este rés-do-chão no coração de Nørrebro, e parece que foi ontem. Assaltos à parte, adoro viver no rés-do-chão. Dois passos estou em casa, dois passos e estou a apanhar sol no quintal, não tenho preguiça de estender a roupa lá fora, ou de ir comprar alguma coisa que falte. Já destranquei a bicicleta mas esqueci-me do almoço na cozinha... não é preciso trancar outra vez, são só dois passos.


O Brice volta daqui a uma semana. Pensava que estes 3 meses iam ser difíceis, mas afinal não. Li livros e blogues, viajei um bocadinho, adorei fazer comida para uma pessoa, voltei à minha aula preferida de Body Flow, e acima de tudo reforcei muitas amizades. Difícil mesmo foi arranjar tempo livre. O que é certo é que com as fotos, o facebook, os blogs que ando a ler, as novas coisas que quero cozinhar, e o querer trabalhar no tempo que sobra, não me tem dado muito para escrever aqui. Mas ainda gosto. E não vou dar isto por 

encerrado. Venham mais dias assim...

19/03/2012

No outro dia fui passar um fim-de-semana rapidinho a casa. Foi bom sentir o sol a sério, andar sem casaco na rua, comer tanto, ir ao bairro, ver pessoas e fingir que o tempo não passou.

Mas o melhor de tudo foi saber que há coisas que nunca vão mudar.


05/03/2012

Só na Dinamarca

No vidrão:


Traduz-se mais ou menos como "Toma cuidado, evita o barulho. Põe vidro apenas durante o dia".

20/02/2012

E um Inverno sem perder uma luva, era pedir muito? A menos que isto seja um castigo por eu ter andado a  proclamar desde sexta feira que a Primavera chegou para ficar...

09/01/2012

Parece que os lacticínios afinal fazem mal à saúde

 E que os devíamos retirar totalmente, ou quase, da nossa alimentação, e encontrar outras fontes de cálcio.

Sábado à noite - foto do Brice com o meu telemóvel
Se alguém descobrir como é que isso é possível, principalmente quando se vive rodeada de franceses, é favor avisar!

31/12/2011

A quiche está no forno, e o Brice está a dormir uma sesta-pré-festa.

Desde que voltei que parece que a cidade está numa explosão constante. Há um nevoeiro estranho no ar, ainda não percebi se é natural, ou se é fumo de tantos foguetes que se têm lançado nos últimos dias. Nørrebro, como não podia deixar de ser, está a arder (literalmente, quase), é impossível não tropeçar em restos de explosivos, estão em todo o lado. Só ainda não percebi a piada de lançar fogo-de-artifício em plena luz do dia, afinal basta esperar uma horinha e já vai estar escuro...

Fui ao supermercado e estive meia hora na fila para pagar umas coisas de nada que me faltavam, felizmente a minha mãe telefonou-me e assim foi tempo bem aproveitado. Acho que nunca visto tanta gente no supermercado, numa febre de comprar champanhe, frutas exóticas e fogo-de-artifício.

A praça vermelha já abriu, e eu adoro. Acho que vou tentar fazer com que todos os meus percursos passem por lá. Fotos a sério para breve.





Nos autocarros vêm-se pessoas com vestidos brilhantes e gravatas debaixo dos sobretudos, munidas de sobremesas e garrafas de champanhe. Fora de Copenhaga, está tudo coberto em geada, em jeito de premonição para o frio e o inverno que tardam, mas que já estiveram mais longe.





















Até já, 2012!

26/12/2011

fazer bolachas

Porque é que só agora é que descobri que fazer bolachas (de manteiga, pelo menos) é tão ou mais fácil do que fazer bolos?