30/10/2009

De certo modo, é reconfortante ouvir "desculpa, não me lembro de como é que te chamas... sou péssimo com nomes!".

29/10/2009

solidariedade no gabinete

(toca o telefone)
office mate#1 Podes atender? Se for a senhora da VWR para falar comigo, diz que estou, sei lá, noutro sítio   qualquer, que não estou aqui!
office mate#2 Ok. E depois se telefonar o fulano tal, diz também que eu não estou e que depois lhe ligo, ok?
office mate#1 Se calhar devíamos fazer uma espécie de lista negra...

após algumas audições de phrazes for the young


É oficial: o Julian é genial.

As letras são tão boas tão boas que só me apetece citá-las em todos posts e actualizações do facebook, gmail e afins.

Riffs à la Strokes, com paragens, aumentos súbitos de volume, crescendos contagiantes, e que quando menos se espera nos trocam as voltas todas. Ouvir para crer, até pode ser aí ao lado na Hype Machine.

Já me estou a ver no dia 30 de Novembro na primeira fila da vega, que nem uma adolescente, feita parva a olhar para o rapaz, alternando entre uma espécie de transe e momentos de felicidade indescritíveis, pontuados certamente por algumas escapadelas de histeria, e dependendo da multidão dinamarquesa, muitos saltos em massa ao som das músicas mais a abrir.

PS: É importante, ou não, referir que a mãe dele é dinamarquesa. Seja lá o que for que isso significa.

24/10/2009

mistério

Andei com uma banana na minha mala, mais ou menos aos tombos, durante mais de 24 h. Quando a comi, não tinha nem uma nódoa negra.

20/10/2009

histeria

livros

Um bom livro começa a ler-se devagarinho, assim com quem não quer a coisa, aos poucos.

(passam dias e páginas)

Sabemos que estamos a adorar o livro quando chegamos aí a um pouco menos de meio do livro, e nesse momento estamos tão embrenhados que sentimos necessidade de parar, levantar os olhos, e estar uns minutos sem pensar nem faser absolutamente nada.

(para depois voltar a mergulhar, claro)

16/10/2009

sexta-feira à noite

#1 hej. do you have vodka?
#2 yes. but no juice.

15/10/2009

hoje fui pela primeira vez à ópera

E saí de lá com isto na cabeça.

12/10/2009

e-mail que recebi no outro dia

Cara amiga e amigo,

Como se encontram? Eu encontro-me bem aqui onde estou. A vida por aqui é tipica deste sítio. As pessoas fazem aquilo que os americanos fazem na américa. São pessoas bastante normais. As pessoas da empresa trabalham na empresa e eu vejo-as lá a fazer aquilo que devem fazer. Estive um mês a viver com a maria joaquina: foi na casa dela. Na casa dela moram as pessoas que moram com ela. E são todos pessoas normais. Todas vão à escola e lá estudam aquilo que estão a estudar.

Agora já vivo no meu sitio, que fica num outro sitio. Na minha casa moram as pessoas que cá estavam antes de eu me mudar. Parecem-me todos fixes e são todos de nacionalidades diferentes, tendo cada um nascido no país da sua nacionalidade. A casa tem o tamanho que é definido pelas distâncias entre as suas paredes.

Quanto a mim (propriamente dito) tenho ido todos os dias para o sitio onde vou. E lá faço as coisas que sou suposto fazer nesse sitio. Às vezes chego mais tarde e às vezes chego mais cedo, mas é sempre ao mesmo sítio. No mesmo sítio onde faço essas coisas, outras pessoas fazem outras coisas, mas faz tudo parte das coisas que se fazem naquele sítio. Tenho tido pensamentos pessoais e outros não tanto pessoais. Alguns deles chego a transformar em palavras e as pessoas que estão perto de mim ouvem... e às vezes respondem; e depois eu respondo de forma adequada.

De resto tenho feito as coisas que se fazem fora do trabalho, e tenho-as feito fora do trabalho onde elas se fazem. Essas coisas dão me prazer e ás vezes aborrecem-me (conforme a coisa e a duração dessa coisa).

E pronto cá vou ficar mais o tempo que aqui ficarei até não estar mais aqui. Mas até lá continuarei a fazer coisas e a ir a sitios e a ter pensamentos.

Beijos

--
Eu



(reproduzido com permissão do autor)

tudo é relativo

Viena é uma cidade a sério. Ao pé de Viena, Copenhaga é uma cidade fofinha, mesmo que ao pé de Estocolmo Copenhaga seja uma cidade a sério. Copenhaga não é grande nem pequena, tem o tamanho ideal. Pode-se dizer o mesmo de Viena, mesmo que seja muito maior do que Copenhaga. Uma cidade a sério precisa de confusão, de eléctricos, mais do que 5 "bairros" distintos, muitas pessoas, mais do que 3 linhas de metro, trânsito e hora de ponta sem ser em bicicletas, prédios com elevadores, blocos de apartamentos, prédios com mais do que 4 andares, pessoas diferentes, pessoas que não se sabem vestir, e de um número infinito de lugares fixes para descobrir. É por isso que Copenhaga não é bem uma cidade a sério. Não me importava nada de viver em Viena, se soubesse falar alemão.


11/10/2009

Estive em Viena

Não comi schnitzels nem goulash, mas comi sushi e comida turca, e apfel cenas. Não tirei muitas fotos, nem comprei postais, nem trouxe souvenirs para ninguém, nem andei de bicicleta. Não conheço a noite de Viena, nem conheci nenhuma pessoa austríaca, nem fui a concertos. Não usei telemóvel e consegui com que a Diana ficasse sem telemóvel durante uma semana também (ou mais?). Fui ao IKEA e comprei lençóis para a minha cama em Copenhaga. Comprei rolos para a Holga e também fui à Americal Apparel, e comprei roupa numa loja onde passou o CD todo da Fergie, que nem é assim tão mau. Fui de eléctrico, metro, comboio e shuttlbus para o "trabalho", como se o fizesse todos os dias, e dormi em todos eles, como de costume. Bebi sturm e cerveja austríaca, estive numa festa internacional onde só se falou alemão, e fomos obrigadas a infiltrar-nos numa festa de PhD. Estive constipada e com febre e uma noite quase sem dormir, e fizeram-me chá, deram-me massa e chocolate, pêras bêbedas e maçãs assadas, cuscus, limoncello e cenas italianas. Passeei nas escadas do prédio de toalha enrolada, todos os dias, e visitei o parque de diversões mais surreal de sempre.

Curti bué.

10/10/2009

sobre Estocolmo

Esteve sol, esteve muito sol. Deve ter sido literalmente o último fim-de-semana de Verão, e que fim-de-semana: 0,00 nuvens no céu, suecos e suecas em bikini a jogar vólei na relva e turistas em todos os cantos.

Foi um bocadinho melhor do que da primeira vez, porque vi coisas que não tinha visto, fui a bares fixes, estava sol e calor e pedalei por todo o lado. O lado verdinho de Estocolmo consegue competir com o lado verdinho de Copenhaga. Mas o lado cidade não tem comparação. E eu preciso muito do lado confuso da cidade.

capacidade

Acho que temos um limite de número de pessoas de quem sabemos o nome ao mesmo tempo. A partir de certa altura, começa a ser difícil lembrarmo-nos do nome das pessoas que acabámos de conhecer, e provavelmente para nos lembrarmos temos que nos esquecer de outros nomes de pessoas que já conhecemos há mais tempo mas com quem nunca nos chegámos a dar muito. Ou então é da idade.

De uma maneira ou de outra, muitas situações embaraçosas poderiam ser evitadas se a nossa capacidade de memorizar nomes e caras fosse maior.

02/10/2009

vida dura

É quando se tem as mãos tão ásperas que passar os dedos nas meias causa malhas.

01/10/2009

it's not fair and it's really not ok

Quando andamos de bicicleta e fazemos algum disparate que envolve metermo-nos à frente de um carro, levamos com uma buzinadela que nos faz sentir imediatamente culpados e só queremos enfiar-nos dentro do cesto.

Se um carro infringe a regra essencial de condução numa cidade cheia de ciclistas, ou seja esquece-se de olhar antes de virar para a direita, fazendo com que nós tenhamos de travar bruscamente para não nos espatifarmos contra o carro e podendo causar mesmo um choque em cadeia de ciclistas, não são 3 ou 4 campainhas que o vão fazer reparar em nós. Quase que mais vale bater no carro, nem que seja ao de leve!