aqui há uns tempos fiz um
post sobre a minha segunda cidade favorita, copenhaga. a primeira é berlim. podia escrever linhas e linhas e linhas sobre berlim, e nunca mais saía daqui. não vivo lá, mas não me importava nada. há infinitas coisas de que gosto em berlim.
e desta vez, apesar de já lá ter estado antes, de ter percorrido as mesmas ruas e visitado os mesmos sítios, ela continua a surpreender-me, e a fazer-me gostar dela. como?
quando saio na estação de metro errada e deambulo por ruas escuras, e assim do nada surgem rosas gigantes
quando estou à procura de um
flea market numa zona de armazéns semi-abandonados, e ao invés encontro pessoas enroladas em toalhas a sairem de um deles e a dirigirem-se a uma piscina de inverno, no meio do rio, com uma cobertura de plástico, precedida por uma sauna onde se vêm pessoas deitadas. pessoas enroladas em toalhas no meio do rio dentro de uma bola de plástico, a dormir em espreguiçadeiras, e eu cá fora ao frio!
quando na mesma zona de armazéns abandonados, olho para cima e reparo que alguns deles afinal têm integradas na parede de tijolo estátuas!!!!
quando finalmente consigo ir perto das estrutura de metal que sempre vi de longe, e que representa dois homens unidos pelas mãos, e descubro que afinal são 3! e que só de determinados sítios é que dá para perceber isso.
quando estou a fazer o caminho habitual para a kastanienalle e dou de caras com uma pastelaria chamada 'o galão', que vende pastéis de nata, bolos de arroz, tostas mistas, compais, sagres, freeze, bicas e galões, da qual me tinham falado no dia antes mas sem me dar indicação do sítio.
quando numa das ruas escuras me deparo com a melhor loja de aluguer de DVD's de sempre: não há um filme mau ali, e tem estantes e estantes e prateleiras e prateleiras de filmes de todo o mundo. a sério, ali encontra-se tudo, menos filmes de hollywood da treta. também não me deparei com nenhuma secção de bollywood :P e para além disso é acolhedora, quentinha e tem um café. porque é que não há sítios assim por aqui?
quando numa rua menos escura e num dia mais solarengo, mas não menos frio, encontro a
berlin rock photo gallery, que por mero acaso no dia anterior tinha inaugurado uma exposição com fotografias lindíssimas de david bowie, dos queen e do syd barret, da autoria do fotógrafo mick rock, amigo próximo dos artistas. lindo, mesmo. o homem tem 3 ou 4 livros de fotografias brutais deste e de outro pessoal, nos glamourosos 70's. ainda para mais quando um dia antes me tinham oferecido o álbum
transformer, do lou reed, e que descubro que a capa também é da autoria deste fotógrafo que até então eu desconhecia.
quando vejo na montra de uma loja a miniatura da
fernsehturm com uma bola de espelhos, que me tinha fascinado no dia anterior em casa de uma amiga. pena ser cara.
já alguma vez uma cidade falou com vocês? berlim às vezes parece que fala comigo. que nas ruas mais escuras e mais desertas, tem vida própria, chega a ser assustador. e as coincidências, são demasiadas. há aqui uma ligação qualquer...
(todas as fotos da autoria de bjaglin)